Assucena
Quando eu era criança
Não sabia escrever
Desenhava os meus contos...
E desenhei duas meninas
Que se amavam como irmãs,
Uma daria a vida pela outra,
Pois mais do que isso,
Eram órfãs e viviam em um orfanato,
Os seus sonhos eram compartilhados,
O desejo de ter pais.
Assucena e Vitória
Brincavam no jardim,
Onde desenhei flores azuis, amarelas
e vermelhas,
Estavam felizes com suas bonecas de
pano.
Então a diretora do orfanato chamou
Assucena,
Finalmente o sonho realizado,
Assucena ia ser adotada,
Pais ricos, sem filhos.
O casal se encantou
Com o vermelho dos seus cabelos
Que pintei com a caneta,
Assucena era ruiva com sardas.
Vitória chorou,
Como iria viver sem a sua irmã?
Assucena disse que não ia embora,
Convenceu a diretora que iria ficar,
Por amor a sua amiga.
Assucena um dia procura a Vitória
E não a encontrou,
Procurou a diretora do orfanato,
Então ela contou que a Vitória
Pediu que a indicasse,
Para ser adotada,
Já que ela não queria ser, mas pediu
para ir
Embora bem cedinho, para não vê-la
chorar.
Eu desenhei um balanço para Assucena,
Mas ela não quis se balançar,
Desenhei uma cama feita de nuvens,
Mas ela não quis dormir,
Pintei um arco-íris, um pônei,
Enfeitei mais o jardim,
Mas ela só permaneceu sentada,
Na escada da entrada do orfanato,
Sem dizer nada.
Então eu desenhei um casal,
Desenhei seis crianças,
Filhos e filhas desse casal,
Amaram a Assucena,
Assucena amou aquela enorme família.
E levaram a Assucena para uma
aventura,
Eles foram fazer um safári.
Desenhei leões, elefantes, girafas
bem fofinhas
E é claro uma máquina fotográfica
para Assucena,
Porque ela teria muitas aventuras
para registrar.
Lucy Coelho
(Direitos reservados)