Prendo-me ao balanço
Aonde não desejo parar
Sim, só me balanço
Para lá e para cá...
Eu queria estender
As minhas mãos para o alto
Mas, se eu o faço
Caio no chão
Desolado é o meu coração...
Sinto tanta saudade
Quem sabe daí do alto
Pegar-me-ia e me abraçaria
Se eu soltasse-me das cordas?
Mas, tenho medo de cair
Só queria que estivesse aqui
Ou por um momento
Ter a certeza que está
Perto de mim...
Entristeço a alma
Por perder a minha calma
Por querer te alcançar...
Prendo-me ao balanço
Aonde não desejo parar
Sim, só me balanço
Para lá e para cá...
A saudade é ferro em brasas
Que atravessa sem queimar a carne
E marca cruelmente a alma...
Empurra-me mais forte
Sonhos meus!
Mais alto eu quero ir
Quero chegar mais longe e alcançar
Uma nuvem de algodão
Aquela que me lembra um coração...
O meu balanço era feito de cordas de sisal
Em um galho de uma amoreira
Meu pai que fez para mim
Lembro-me como se fosse agora...
O meu eterno balanço
E o pé de amoras
Estão com meu pai lá na glória
Na nuvem de algodão
Em formato de um coração...
E mesmo não estando aqui
O meu balanço
Ainda posso sentir
O meu rosto no vento
E o meu cabelo solto
Deveras ainda me balanço
Nos meus eternos sonhos...
Lucy Coelho